domingo, 27 de fevereiro de 2011

Scene

Eu caminhava de mãos dadas com ela. A areia macia acariciava os nossos pés descalços, lavados pelo mar no ritmo das ondas. Havia poucas pessoas na praia, o que tornava o nosso passeio mais romântico. Nada de barulho, confusão, apenas paz. Fazia muito tempo que eu não vivia um momento como esse.
Subitamente ela parou e segurou a minha mão, eu olhei para ela e entendi.
Quando chegamos à cabana, ela começou a tirar as suas roupas e a me despir também. Beijava-me a boca num frenesi. Com a força sobrenatural dela, tentava me subjugar e eu me deixei ser subjugado.
Eu disse para ela:
- Vamos para o quarto.
- Não quero você aqui - ela respondeu.
Iniciado o jogo erótico das preliminares, já com os nosso corpos entrelaçados, ela pediu:
- Recite algum poema erótico, daqueles que eu gosto para que o meu êxtase seja completo.
Enquanto eu acariciava os seus pequenos e delicados seios, de mamilos intumescidos, recitei um trecho de Ovídio que ela gostava tanto:
"Se a mulher é pequena,
que se faça de cavaleiro.
Por ser muito alta,
nunca a esposa de Heitor
fez-se de cavaleiro sobre o seu homem.
Se quiseres achar um homem que admire
a plenitude das tuas ancas
no leito ajoelhada
jogue a cabeça para trás.
Caso as tuas coxas tenham as formas roliças
e o frescor da juventude,
e os teus seios sejam perfeitos,
que fique o homem aprumado.
Inclina-te em relação ao corpo dele.
Não tenhas pudor de soltar os cabelos como as bacantes
e agite os teus seios, por eles adornado.
Para desfrutar o prazer proporcionado por Vênus
muitas maneiras existem.
De todas elas, a mais confortável e menos complexa
é aquela em que ficas semi-deitada sobre o teu lado direito."
Quando eu já estava dentro dela, sentia que o seu corpo vibrava, extremamente excitado.
Os seus cabelos negros, muito curtos roçavam a minha pele.
Ovídio - A arte de amar.
Trad. Paulo Mello

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