quinta-feira, 21 de julho de 2011

A ISCA - exerto/rascunho

DOMINIQUEA
"Porque você não precisa de artifícios,
Porque você é a sua própria isca,
E o peixe que por você não se deixa fisgar,
Ah! É muito mais sensato do que eu."
John Donne
(Trad. Paulo Mello)

Eu fui até ao ponto de encontro.  E tive um duplo choque: elas eram muito mais bonitas do que eu poderia esperar.  E a Dominiquea era uma belíssima jovem de uns 18 ou 19 anos, no máximo.  Que garota linda!
Bronzeada pelo sol do mar, cabelos lisos, castanhos claros, lábios carnudos e olhos da cor da esmeralda.  Tinha uma altura que se encaixava perfeitamente nos meus braços, pensei,  1,67m num corpo que era puro deleite e desafio, cheio de curvas e reentâncias perigosas, clamava por ser mapeado pelas minhas mãos sôfregas de companhia e da minha língua atrevida.  Os seios fartos lutavam contra a oposisão de uma camiseta justa, com uma estampa de algum artista de música, eu creio.  Sua calça jeans justa, revelavava coxas grossas, bem torneadas, e quadris generosos, sem excessos, que eram um convite para uma pessoa com a minha natureza predadora.
Eu estava perdido nesses pensamentos quando escuto ela falando irritada:
- Alexia, mande o seu amigo-aberração parar de me imaginar nua, de me desejar!
A Alexia só ria.  Ela tinha o costume de jogar a sua cabeça para trás, expondo o seu rosto belo e harmonioso, além do belo pescoço (não sei se o Accarius iria resistia à ideia de mordê-la).  E quando voltava a olhar para nós, os seus cabelos caíam como cascatas sensuais sobre os seus ombros brancos, harmonizando-se com os olhos grandes, vivos, negros repletos de desejo, inundando com natural sensualidade todo os que a cercavam.
Voltei à realidade outra vez ante à bronca dada pela Dominiquea:
- Ei!  Aberração, agora devora com os olhos o corpo da minha irmã!  Será que você nunca se cansa?
Eu respondi:
- Não, Dominiquea, eu nunca me canso.
         

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Sedução

Dominiquea

Pedimos no hotel que nos preparesse uma cesta com lanches e outros petiscos.  No caminho compreamos vinho branco gelado, E duas taças.
De Fortaleza até a Praia das fontes são quase 90 quilômetros.  Fui falando com o Ashe sem parar.  Estava nervosa.  Fui falando sobre as fontes de água doce que as falésias jorram em abundância.  Falei das cavernas que surgem à beira-mar, quando a maré está baixa.
Ele se mostrou interessado, perguntou-me do mar, e eu respondi que era tranquilo, que era calmo.  Quando nós chegamos ele exclamou:
- O mar tem a cor dos olhos seus!
Aproveitei o arrebatamento e sem perder tem, tirei a parte superior do biquíni.  Ele se aproximou, pegou a minha cintura, e envolveu-me e beijou-me a boca.  Eu peguei as suas mãos: a direita, eu coloquei sobre o meu seio esquerdo, e ele passou a estimular o meu mamilo, que reagiu na hora àquela carícia.  A sua mão esquerda, eu coloquei dentro da parte inferior do meu biquíni, entre as minhas pernas.  Deixei-o brincar com a minha pétala e ele assim o fez.

Fortaleza

Dominiquea
"A lua já se pôs, as Plêiades também:é meia- noite:
a hora passa eu
deitada estou, sozinha.
Igual à doce maçã que amadurece lá no alto,
No mais alto ramo pelos colhedores esquecida
- esquecida não: que eles não conseguiram alcançar."
Safo
posso (Trad. Paulo Mello) 


O que há de errado comigo?  Eu sei que sou desejável.  Tenho pencas de admiradores.  Eu sou mais bonita do que a mulher-planta.  E ele disse coisas tão bonitas para ela!  Sinto que vou perdê-lo.  Mas não posso perdê-lo.  Vou tentar novamente seduzi-lo!

Ashe
"Smile on - nor venture to unmask
Man's heart, and view the Hell that's there."
Byron

"Sorri!  Não te aventures em decobrir
O interior do coração de um homem:
verás que ali é o Inferno."
(Trad. Paulo Mello)

- Podemos voltar para Fortaleza? Eu quero visitar um lugar chamado Beach Park - era a Úrsula pedindo-me para prolongar as férias. 
- Tudo bem, mas todos irão conosco, inclusive as garosta.
- Você gosta mesmo delas, não é Ashe?  Qual delas está dormindo com você?
- Vá sozinha, então!
- Desculpe-me Ashe.  Talvez você se sinta melhor tendo nós três: uma de olhos azuis, uma de olhos negros e uma outra de olhos verdes.  Não se preocupe, eu aceito esse "arranjo" se isso te faz feliz.
Falei com as duas irmãs.
Alexia disse:
- Quero ir à Praia do Futuro, visitar aquelas barracas, comer frutos do mar, tomar cerveja gelada e conhecer um lugar mais agitado.
- A mulher-planta aceitou a nossa presença?
- Dominiquea, eu não gosto quando você se refere assim à Úrsula - eu disse.
- Tá certo!  Mas eu também quero ir visitar um lugar.  Você promete que vai comigo?
- Prometo - respondi.
- Fará as minhas vontades?
- Te levo onde você quiser.
- Quero ir à Praia das Fontes.
- Sabe onde fica?
- Lógico que sei Ashe!
- Ok.
- Só nós dois.  Enquanto passeamos, o Rael vai levar todo o resto do nosso grupo ao Mercado Central, depois à feira de artesanato da Beira-Mar; à Central de Artesanato; às Lojas da Avenida Monsenhor Tabosa; ao Shopping Iguatemi Iguatemi e às lojas de grife que ficam na Praça Portugal.  É bom ter bastante dinhero, hehehe.
- Dominiquea, como voca ê sabe tudo isso? - Perguntei intrigado.
- Sou inteligente, Ashe.  E muito esperta.
Eu olhei para a Alexia, que disse:
- Ashe, é só manter distância.  Ela não morde, ainda.  Só fala, fala e fala.
  

Dominiquea

RASCUNHO
Acabei voltando já ao cair da tarde.
- Você voltou!  Que alegria!  Pensei que você tivesse desistido de nós duas!
Era mesmo a Dominiquea falando?
- Eu tenho uma surpresa para você.  Feche os olhos e dê-me a mão e eu te levo até ela.
Fechei os olhos e estiquei a minha mão esqueda para ela.  A direita estava próxima da pistola Colt, como sempre.
- Nossa!  A sua mão não é gelada como a de gente morta!  O seu corpo é quente como o nosso?
Pergunte à Alexia, ela sabe - respondi.
 - A minha irmã saiu para fazer compras.
Ande de olhos fechados até um cômodo que estava vazio.
- Pode abrir os olhos agora.  Aluguei-o para você tocar para nós.
Dominiquea havia alugado um Bösendorfer.
- Você gostou?
- Claro que gostei!  Ele deve ter custado caro! - Eu disse.
- Aproveite que a Alexia não está aqui, e toque uma música bonita, só para mim, por favor!  Toque antes que a minha irmã chegue.
Pensei: como a nossa vida é miserável! Perguntei para ela:
- Qual música que você quer escutar?
- Uma música bonita.  Toque aquela música que você tocava para a mulher-planta quando você era vivo, quer dizer...
- Entendi, você gosta de me ver sofrer, não é mesmo? - Reclamei.
- Não Ashe!
- Por que você está fazendo isso comigo? - Perguntei novamente.
- Eu sei que sou muito nova, mas acho que me apaixonei por você - ela disse.
- Desculpe-me, mas nunca foi a minha intenção seduzir você ou a sua irmã.
- Não se preocupe, você dá conta de nós duas.  A minha irmão me contou tudo.  Eu sei que sou bonita como ela.  Sou desejável. Ela é mais velha e talvez você prefira ter uma mulher mais velha e outra mais jovem na cama.  Se você não entendeu ainda, eu estou me oferecendo para você.  Eu quero ser tua!
- Vou tocar a música e espero que você goste.
- Você não escutou o que eu disse?  Eu te desejo!
- Vou tocar uma música bonita do Tom Waits, ela se chama "Ol' 55", escute como ela é bonita!
- Você é surdo, idiota ou cretino? - Dominiquea respondeu exasperada. -  Eu sou mais mulher do que a Alexia.  E muito mais gostosa do que a mulher-planta.
- Dominiquea, eu posso ser uma aberração, mas não vou fazer amor com uma menina de 18 anos.  Faça amor com uma pessoa da sua idade - respondi.
- Escute Ashe, eu nunca fiz, tá?  A Alexia me contou como você tratou da "florzinha" dela, que brincou delicadamente com "ela".  Eu quero isso!
- Você é muito jovem.
- A mulher-planta tem a mesma idade que eu tenho.
- Qual é afinal a sua idade?  Tem mesmo 18 anos?  Não parece...
- Eu sei dos teus gostos...
- Não sei do que você esta falando, Dominiquea.
- Eu sei que você gosta da Alexia e disse para ela nã usar mais sutiã.
- Dominiquea, eu...
- Olhe para mim, Ashe.
E dizendo isso, ela tirou a camiseta.  Eu desviei o meu olhar.
- Olhe para eles, são maiores do que os da minha irmã e muito maiores do que o da mulher-planta.  Eles são naturais, empinados e os bicos rosados e ficam tesos ao menor toque, veja.
Ela tocou os mamilos e quando ela viu que eu olhava para ela, sorriu com satisfação.
- Que você quer de mim, afinal de contas?
- Quero a eternidade!  Sei que você pode me transformar.  Aproveite que eu estamos sozinhos.
- Dominiquea!  Menina, por que você está mostrando os seios para o Ashe?  Ashe, o que está acontecendo?
Alexia havia voltado das compras.
- Alexia, eu não sou mais uma menina, sou uma mulher.  Tenho desejos de mulher.  Ele pode ser de nós duas!
Vocês querem calar a boca! Eu vou embora daqui.  Nunca mais voltarei.  Subirei sozinho aquela porcaria de morro nojento, matarei todos os traficantes, vou embora e nunca mais vocês ouvirão falar de mim!  Desculpem o transtorno que causei.  Adeus.
- Não! - as duas gritaram ao mesmo tempo.
A Alexia disse: 
- Eu não posso mais viver sem você!  Depois de que te conheci, esse teu cheiro, esse teu corpo em cima do meu, a tua língua mapeando o meu corpo.
- Alexia, eu sou casado com a Úrsula há muitas décadas - respondi.
- Não você não é casado com ela!  Ela é um anjos, eu sou uma mulher.  Eu posso te dar um filho e ela não - a Alexia retrucou.
- Alexia, eu já tenho um filho, o Rael, que eu amo!
- Mentira!  Ele não é filho teu.  Ele também é um anjo - agora era a vez da Dominiquea se opor.  E ela continuou:
- Nunca tive um homem.  Nunca amei ninguém.  Agora sei como é.  Eu te amo!
Voltei-me para responder para ela, e deparei-me com aquelas duas esmeraldas que enfeitavam a face tão linda!  E inevitavelmente, olhei para o seu corpo, para os seus seios nus.  Eram fartos, rosados, desejáveis.  Ela percebeu e se excitou.
- Ashe!  Olhe para mim e compare.  E dizendo isso, ela foi desabotoando a sua blusa. - Eu sou a tua mulher, além do mais, a Dominiquea é menor de idade, eu menti para você.
- Como é que é? - Eu não queria acreditar em toda aquela situação!
- Alexia, você prometeu não contar para ele!
- Dominiquea, esse homem é meu!
- Agora ele vai embora, sua doida, o único homem que eu amei.  Você teve tantos! - a Dominiquea disse isso entre lágrimas.