quinta-feira, 21 de julho de 2011

A ISCA - exerto/rascunho

DOMINIQUEA
"Porque você não precisa de artifícios,
Porque você é a sua própria isca,
E o peixe que por você não se deixa fisgar,
Ah! É muito mais sensato do que eu."
John Donne
(Trad. Paulo Mello)

Eu fui até ao ponto de encontro.  E tive um duplo choque: elas eram muito mais bonitas do que eu poderia esperar.  E a Dominiquea era uma belíssima jovem de uns 18 ou 19 anos, no máximo.  Que garota linda!
Bronzeada pelo sol do mar, cabelos lisos, castanhos claros, lábios carnudos e olhos da cor da esmeralda.  Tinha uma altura que se encaixava perfeitamente nos meus braços, pensei,  1,67m num corpo que era puro deleite e desafio, cheio de curvas e reentâncias perigosas, clamava por ser mapeado pelas minhas mãos sôfregas de companhia e da minha língua atrevida.  Os seios fartos lutavam contra a oposisão de uma camiseta justa, com uma estampa de algum artista de música, eu creio.  Sua calça jeans justa, revelavava coxas grossas, bem torneadas, e quadris generosos, sem excessos, que eram um convite para uma pessoa com a minha natureza predadora.
Eu estava perdido nesses pensamentos quando escuto ela falando irritada:
- Alexia, mande o seu amigo-aberração parar de me imaginar nua, de me desejar!
A Alexia só ria.  Ela tinha o costume de jogar a sua cabeça para trás, expondo o seu rosto belo e harmonioso, além do belo pescoço (não sei se o Accarius iria resistia à ideia de mordê-la).  E quando voltava a olhar para nós, os seus cabelos caíam como cascatas sensuais sobre os seus ombros brancos, harmonizando-se com os olhos grandes, vivos, negros repletos de desejo, inundando com natural sensualidade todo os que a cercavam.
Voltei à realidade outra vez ante à bronca dada pela Dominiquea:
- Ei!  Aberração, agora devora com os olhos o corpo da minha irmã!  Será que você nunca se cansa?
Eu respondi:
- Não, Dominiquea, eu nunca me canso.
         

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Sedução

Dominiquea

Pedimos no hotel que nos preparesse uma cesta com lanches e outros petiscos.  No caminho compreamos vinho branco gelado, E duas taças.
De Fortaleza até a Praia das fontes são quase 90 quilômetros.  Fui falando com o Ashe sem parar.  Estava nervosa.  Fui falando sobre as fontes de água doce que as falésias jorram em abundância.  Falei das cavernas que surgem à beira-mar, quando a maré está baixa.
Ele se mostrou interessado, perguntou-me do mar, e eu respondi que era tranquilo, que era calmo.  Quando nós chegamos ele exclamou:
- O mar tem a cor dos olhos seus!
Aproveitei o arrebatamento e sem perder tem, tirei a parte superior do biquíni.  Ele se aproximou, pegou a minha cintura, e envolveu-me e beijou-me a boca.  Eu peguei as suas mãos: a direita, eu coloquei sobre o meu seio esquerdo, e ele passou a estimular o meu mamilo, que reagiu na hora àquela carícia.  A sua mão esquerda, eu coloquei dentro da parte inferior do meu biquíni, entre as minhas pernas.  Deixei-o brincar com a minha pétala e ele assim o fez.

Fortaleza

Dominiquea
"A lua já se pôs, as Plêiades também:é meia- noite:
a hora passa eu
deitada estou, sozinha.
Igual à doce maçã que amadurece lá no alto,
No mais alto ramo pelos colhedores esquecida
- esquecida não: que eles não conseguiram alcançar."
Safo
posso (Trad. Paulo Mello) 


O que há de errado comigo?  Eu sei que sou desejável.  Tenho pencas de admiradores.  Eu sou mais bonita do que a mulher-planta.  E ele disse coisas tão bonitas para ela!  Sinto que vou perdê-lo.  Mas não posso perdê-lo.  Vou tentar novamente seduzi-lo!

Ashe
"Smile on - nor venture to unmask
Man's heart, and view the Hell that's there."
Byron

"Sorri!  Não te aventures em decobrir
O interior do coração de um homem:
verás que ali é o Inferno."
(Trad. Paulo Mello)

- Podemos voltar para Fortaleza? Eu quero visitar um lugar chamado Beach Park - era a Úrsula pedindo-me para prolongar as férias. 
- Tudo bem, mas todos irão conosco, inclusive as garosta.
- Você gosta mesmo delas, não é Ashe?  Qual delas está dormindo com você?
- Vá sozinha, então!
- Desculpe-me Ashe.  Talvez você se sinta melhor tendo nós três: uma de olhos azuis, uma de olhos negros e uma outra de olhos verdes.  Não se preocupe, eu aceito esse "arranjo" se isso te faz feliz.
Falei com as duas irmãs.
Alexia disse:
- Quero ir à Praia do Futuro, visitar aquelas barracas, comer frutos do mar, tomar cerveja gelada e conhecer um lugar mais agitado.
- A mulher-planta aceitou a nossa presença?
- Dominiquea, eu não gosto quando você se refere assim à Úrsula - eu disse.
- Tá certo!  Mas eu também quero ir visitar um lugar.  Você promete que vai comigo?
- Prometo - respondi.
- Fará as minhas vontades?
- Te levo onde você quiser.
- Quero ir à Praia das Fontes.
- Sabe onde fica?
- Lógico que sei Ashe!
- Ok.
- Só nós dois.  Enquanto passeamos, o Rael vai levar todo o resto do nosso grupo ao Mercado Central, depois à feira de artesanato da Beira-Mar; à Central de Artesanato; às Lojas da Avenida Monsenhor Tabosa; ao Shopping Iguatemi Iguatemi e às lojas de grife que ficam na Praça Portugal.  É bom ter bastante dinhero, hehehe.
- Dominiquea, como voca ê sabe tudo isso? - Perguntei intrigado.
- Sou inteligente, Ashe.  E muito esperta.
Eu olhei para a Alexia, que disse:
- Ashe, é só manter distância.  Ela não morde, ainda.  Só fala, fala e fala.
  

Dominiquea

RASCUNHO
Acabei voltando já ao cair da tarde.
- Você voltou!  Que alegria!  Pensei que você tivesse desistido de nós duas!
Era mesmo a Dominiquea falando?
- Eu tenho uma surpresa para você.  Feche os olhos e dê-me a mão e eu te levo até ela.
Fechei os olhos e estiquei a minha mão esqueda para ela.  A direita estava próxima da pistola Colt, como sempre.
- Nossa!  A sua mão não é gelada como a de gente morta!  O seu corpo é quente como o nosso?
Pergunte à Alexia, ela sabe - respondi.
 - A minha irmã saiu para fazer compras.
Ande de olhos fechados até um cômodo que estava vazio.
- Pode abrir os olhos agora.  Aluguei-o para você tocar para nós.
Dominiquea havia alugado um Bösendorfer.
- Você gostou?
- Claro que gostei!  Ele deve ter custado caro! - Eu disse.
- Aproveite que a Alexia não está aqui, e toque uma música bonita, só para mim, por favor!  Toque antes que a minha irmã chegue.
Pensei: como a nossa vida é miserável! Perguntei para ela:
- Qual música que você quer escutar?
- Uma música bonita.  Toque aquela música que você tocava para a mulher-planta quando você era vivo, quer dizer...
- Entendi, você gosta de me ver sofrer, não é mesmo? - Reclamei.
- Não Ashe!
- Por que você está fazendo isso comigo? - Perguntei novamente.
- Eu sei que sou muito nova, mas acho que me apaixonei por você - ela disse.
- Desculpe-me, mas nunca foi a minha intenção seduzir você ou a sua irmã.
- Não se preocupe, você dá conta de nós duas.  A minha irmão me contou tudo.  Eu sei que sou bonita como ela.  Sou desejável. Ela é mais velha e talvez você prefira ter uma mulher mais velha e outra mais jovem na cama.  Se você não entendeu ainda, eu estou me oferecendo para você.  Eu quero ser tua!
- Vou tocar a música e espero que você goste.
- Você não escutou o que eu disse?  Eu te desejo!
- Vou tocar uma música bonita do Tom Waits, ela se chama "Ol' 55", escute como ela é bonita!
- Você é surdo, idiota ou cretino? - Dominiquea respondeu exasperada. -  Eu sou mais mulher do que a Alexia.  E muito mais gostosa do que a mulher-planta.
- Dominiquea, eu posso ser uma aberração, mas não vou fazer amor com uma menina de 18 anos.  Faça amor com uma pessoa da sua idade - respondi.
- Escute Ashe, eu nunca fiz, tá?  A Alexia me contou como você tratou da "florzinha" dela, que brincou delicadamente com "ela".  Eu quero isso!
- Você é muito jovem.
- A mulher-planta tem a mesma idade que eu tenho.
- Qual é afinal a sua idade?  Tem mesmo 18 anos?  Não parece...
- Eu sei dos teus gostos...
- Não sei do que você esta falando, Dominiquea.
- Eu sei que você gosta da Alexia e disse para ela nã usar mais sutiã.
- Dominiquea, eu...
- Olhe para mim, Ashe.
E dizendo isso, ela tirou a camiseta.  Eu desviei o meu olhar.
- Olhe para eles, são maiores do que os da minha irmã e muito maiores do que o da mulher-planta.  Eles são naturais, empinados e os bicos rosados e ficam tesos ao menor toque, veja.
Ela tocou os mamilos e quando ela viu que eu olhava para ela, sorriu com satisfação.
- Que você quer de mim, afinal de contas?
- Quero a eternidade!  Sei que você pode me transformar.  Aproveite que eu estamos sozinhos.
- Dominiquea!  Menina, por que você está mostrando os seios para o Ashe?  Ashe, o que está acontecendo?
Alexia havia voltado das compras.
- Alexia, eu não sou mais uma menina, sou uma mulher.  Tenho desejos de mulher.  Ele pode ser de nós duas!
Vocês querem calar a boca! Eu vou embora daqui.  Nunca mais voltarei.  Subirei sozinho aquela porcaria de morro nojento, matarei todos os traficantes, vou embora e nunca mais vocês ouvirão falar de mim!  Desculpem o transtorno que causei.  Adeus.
- Não! - as duas gritaram ao mesmo tempo.
A Alexia disse: 
- Eu não posso mais viver sem você!  Depois de que te conheci, esse teu cheiro, esse teu corpo em cima do meu, a tua língua mapeando o meu corpo.
- Alexia, eu sou casado com a Úrsula há muitas décadas - respondi.
- Não você não é casado com ela!  Ela é um anjos, eu sou uma mulher.  Eu posso te dar um filho e ela não - a Alexia retrucou.
- Alexia, eu já tenho um filho, o Rael, que eu amo!
- Mentira!  Ele não é filho teu.  Ele também é um anjo - agora era a vez da Dominiquea se opor.  E ela continuou:
- Nunca tive um homem.  Nunca amei ninguém.  Agora sei como é.  Eu te amo!
Voltei-me para responder para ela, e deparei-me com aquelas duas esmeraldas que enfeitavam a face tão linda!  E inevitavelmente, olhei para o seu corpo, para os seus seios nus.  Eram fartos, rosados, desejáveis.  Ela percebeu e se excitou.
- Ashe!  Olhe para mim e compare.  E dizendo isso, ela foi desabotoando a sua blusa. - Eu sou a tua mulher, além do mais, a Dominiquea é menor de idade, eu menti para você.
- Como é que é? - Eu não queria acreditar em toda aquela situação!
- Alexia, você prometeu não contar para ele!
- Dominiquea, esse homem é meu!
- Agora ele vai embora, sua doida, o único homem que eu amei.  Você teve tantos! - a Dominiquea disse isso entre lágrimas.    
 
 


   

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Alexia

Quando estou com ela fico calmo, tranquilo.  Talvez porque ela seja a mais delicada e romântica das três.
Antes de começar os nossos jogos de amor, fui até o closet e retirei da minha bagagem um pincel com cerdas muito macias.  Pedi para ela relaxar e beijei-a com sofreguidão.  Os seus olhos negros cintilavam.  Peguei-a no colo e levei-a até o nosso quarto. Coloquei-a na cama e após deixá-la completamente nua dediquei-me a acariciá-la com o pincel, passando-o nas suas costas, atrás dos joelhos, interior das coxas, ventre, terminando por passá-lo delicadamente nos seus seios
Com pequenos toques e com os dedos já úmidos explorei o ponto de Grafenberg (o tal do ponto "G").  Ela gemia e quando chegou o momento, ela olhou para mim e pediu:
- Posso escolher a posição?
Notei que ela havia ficado ruborizada e repondi:
- É o seu dia, não é? - respondi.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

ALEXIA

Naquele momento parecia que todos do restaurante estavam nos olhando mas mesmo assim beijei-a, mordiscando o seu lábio inferior e depois o prendi entre os meus dentes numa mordida suave, mas decidida.  Ela correspondeu mordendo o meu lábio superior e nós ficamos assim, engatados.
...
Pedimos Lupin aux herbes de Provence, tomates ao fuor (coelho com ervas da Provença e tomates assados) e Gigot à l'ail aux échalotes rôtis (pernil de cordeiro com alho e echalotas).  Os dois pratos eram tenros, macios, e apreciá-los era um privilégio.
Após o jantar fomos para a suíte. Alexia foi na minha frente e quando entrei na sala deparei-me com a Alexia deitada de lado, no amplo sofá, olhando para mim.  Estava seminua.  A cena lembrava o famoso quadro de Goya, a Maja desnuda, mas eu acho que nem Goya teve uma musa como a Alexia.
A sua pele disputava com colar de pérolas.  Qual era o mais branco, o colar ou a pele? Pele e colar contrastavam com os cabelos negros, volumosos, ondulados, esparramados displicentemente pelos ombros escondendo parcialmente os seus mamilos rosados.  

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Londres II

Quando a escuridão se aproxima
(exertos)

Na manhã do outro dia, após o café, eu comecei uma busca pela Dominiquea.  O primeiro lugar que eu visitei foi o British Museum, Great Russel Street, nada encontrei. O segundo lugar que eu visitei foi Saint Paul's Cathedral.  Quando subia as suas escadas, uma menina ruiva me parou e disse:
- Por que os maus são mais poderosos?
- E quem disse que eles são mais poderosos, menina? - perguntei.
- Os demônios são poderosos - ela respondeu.
- Não são - respondi.
- Por que eles querem aquela mulher dentro da catedral?
- Por que eles não sabem que eu cheguei - respondi.
- Você é um anjo?
- Não menina, não sou. - disse. - Agora volte para sua casa que eu vou salvar a mulher.
Entrei na catedral.  Lá estava a Dominiquea.  Estava com um grupo de seguranças vestidos elegantemente, mas sempre seguranças. 
Ela estava apartada do resto dos fiéis e dos turistas e eu achei isso tudo muito estranho.
A situação ficou mais estranha ainda quando eles conversavam entre si e eu não conseguia entender nada do que era dito!
Eu identificava apenas sobrenomes, mas o resto se perdia na minha ignorância: Kohn, Kuhn Kahn, Katz e Cohan.  Quando fiz negócios com israelenses estudei um pouco e sei que esses nomes são de origem judaica.  Mas nem todos que possuem esses sobrenomes são de origem judaica.  Com quem eu iria tratar?  Combater quem?
Aquele que os outros chamavam de Katz parecia ser o chefe, segurou o braço da Dominiquea de uma forma agrassiva e disse algo nessa língua incompreensível.  Ela olhava para ele e parecia não dar ouvidos ao que ele dizia. 
Finalmente, ele deu-se por vencido e disse num inglês com sotaque:
- Senhora Cohen, é preciso ir agora.  O seu marido não vai gostar da demora.
Dominiquea nada respondeu, levantou-se do banco da catedral e acompanhou-os para fora do lugar.
Eu os segui de longe.  Quando ele entraram em três carros, dois escoltando o do meio, onde a Dominiquea estava. 
Eles saíram de Londres e eu os segui por cerca de 70 km, até que eles entraram numa típica mansão rural inglesa.   A placa da estrada informava que nós estávamos em Hampton Court, uma área aristocrática. 
A mansão era cercada por imensos jardins, uma construção majestosa, linda.  Voltei prara Londres.
No hotel, eu pensei, como estou pobre de armas!
Venci a resistência e recorri à Organização, que se localizava no bairro de Chelsea e apresentei-me com o meu nome fictício (que assumi pós ter morrido).
Depois de tudo checado e conferido milhares de vezes, fui apresentado ao chefe da administração.
Fiz a lista do que queria: carro com chapa fria e armamentos para começar uma pequena guerra. Me ele perguntou sobre o alvo e disse que não era público, mas particular.
Com eu era um dos membros mais honrados da Organização ele acreditou.
O ponto de encontro seria a Tafalgar Square.
Voltei para o hotel.
No horário marcado ele estava lá.  O carro estava estacionado.  Um sujeito parado proximo dele, bem vestido indicava o acordo.
Peguei as chaves, abri o porta-malas e estava tudo lá. em sacos de lona.  O sujeito me entregou uma carta que dizia que tudo foi cumprido, que ele (o gerente da administração) dizia que estava tudo certo.  O único problema era que ele teria que avisar a Organização de toda a operação.   Foda-se. Naquele momento eu queria salvar a Dominiquea.  
Um fuzil Weartherby Mark V Lazermark, .460 Wby. Mag, um Bushmaster XM15 E2S Target .223 Rem. estavam numa das embalagens, na outra um KBI Gragunov SVD, .7,62 X 54R e um fuzil Colt, .223 Rem..  Isso iria confundir todas as autoridades.  Além disso, havia munição para eliminar um pequeno exército.
Olhei tudo aquilo e pensei: e agora?

sábado, 30 de abril de 2011

Quando chega a escuridão

Londres
"O sangue do justo será exigido de Londres,
dizimada pelo fogo três vezes vinte mais seis.
A antiga dama cairá de sua alta posição e
muitos da mesma seita serão abatidos."
"A grande peste da cidade marítima não cessará
enquanto a morte não for vingada pelo sangue de um justo
aprisionado e condenado sem crime;
a grande dama é ultrajada pela pretensão."
Nostradamus, II .51, 53

Quando cheguei ao aeroporto de Heathrow chamei um táxi e fui para o hotel The Ritz, 190 Piccadilly, um hotel muito luxuoso e elegante, 325 libras a diária.  Ele fica próximo da Abadia de Westminster.
Após instalr-me, fui alugar um automóvel e acabei alugando um BMW preto, ano 2001, na AVIS.
À noite, fui até um lugar chamado Alphabet Bar, 61-62 Beak Street e lá, enquanto bebia um pint de cerveja e comia um salmão defumado, elaborava uma lista dos prováveis locais onde eu poderia encontrar a Dominiquea.
A minha lista ficou resumida em cinco lugares: Natural Museum, British Museum, Tower Bridge & London Tower, Saint Paul's Catedral.  E se não a encontrasse em nenhum desses lugares, eu reviraria a cidade pelo avesso até encontrá-la.
Olhei o relógio e resolvi que estava na hora de sair em busca de armas.  Abandonei o Piccadilly Circus e fui para o lado mais "barra pesada" do Soho. 
Comecei pela Brewer Street, rua extremamente variada, de sushi bares até lojas de artigos S&M, peep show, com mulheres que se exibem por 5 libras a sessão.  Depois, fui para a Walker Court e seus bares que oferecem bebidas e shows de striptease, pole dance, bares gays com shows de travestis, etc.  Terminei o meu "passeio" na Old Compton Street, que virou um grande "point" gay.
Em todos esses lugares, eu entrava nos bares, pedia uma bebida e na hora de pagar abria a carteira cheia de libras na frente de todos.  Algum ladrão iria morder a isca.  Na saída, sempre procurei andar pelas ruas mais desertas e escuras, cheias de "quebradas".
De repente, numa dessas esquinas, um rapaz saltou na minha frente e disse:
- Oi, meu nome é Will, mas os meus amigos me chamam de Alice, vi que você está sozinho e eu queria te fazer companhia.  Sorria lascivamente esperando uma resposta.
- Will, eu sou um assassino e estou aqui para cumprir uma missão e você não faz parte dos meus planos.  Faça um favor a si mesmo e dê o fora da minha frente! - eu disse secamente.
- Oh! - ele exclamou e saiu correndo.
Andei mais alguns quarteirões e finalmente aconteceu.
Percebi que cinco sujeitos estavam me seguindo e eu diminuí os passos para ser alcançado e quando isso aconteceu, um deles disse de forma agressiva:
- Forasteiro!  Parado aí!
- Em que posso ajudá-los? - eu disse da forma inocente possível.
- Pode nos ajudar dando-nos a sua carteira recheada, seu idiota! - um deles respondeu.
É engraçado, a mesma situação se repete ao infinito, seja em Honolulu, em Thira, no Rio de Janeiro, em New York ou aqui, London.  A raça humana possui sempre o mesmo desejo de possuir bens e acumular riquezas.  Ganância.
Olhei para os cinco homens e constatei esse fato: três brancos, um negro e um indiano.
Se eram pessoas diferentes, lugares diferentes mas a ganância era a mesma, resolvi usar o mesmo velho truque da carteira caída no chão e o dinheiro se espalhando pelo chão. 
Mudavam apenas as moedas: dólares, euros, reais e agora, libras.
Caía naquele momento uma fina garoa e três dos bandidos trataram de recolher o dinheiro que começava a ficar todo molhado.  Os outros dois mantinha-me sob a mira das suas armas.  Pistolas Ruger e Vektor todas 9 mm.  Em plena Inglaterra, quem diria!
Mas o ser humano vacila.  Sempre.
Um deles levantou-se com as mão cheias de dinheiro, mais preocupado com ele do que comigo.  Fatal!  Avancei sobre ele e quando um daqueles que me mantinha sob a mira eu já havia colocado o vacilão como escudo.
O idiota disparou três vezes e acertou todos disparos no próprio amigo.  Ou ele estava bêbado ou drogado (ou as duas coisas, pois elas não se excluem).  Ninguém acerta três vezes o mesmo alvo errado!
Eu peguei a arma do meu escudo humano e disparei acertando o bandido que atirava em mim.
Um outro dizia sem parar:
- Esse desgraçado matou o meu irmão!
Atirei nele também.  
Disparei mais quatro vezes e abati todos os outros animais restantes.  Recolhi as armas e revistei os bolsos deles em busca de munição sobressalente.
Resultado: fiquei com as duas pistolas Vektor, 56 munições recolhidas das armas e mais doze sobressalentes.
Recolhi o dinheiro das mão deles e fui embora, deixando para trás as pistolas Ruger.
Voltei para o meu hotel e fui para o meu quarto.  Tinha duas boas armas e munição suficiente.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Dominiquea e Alexia - arrependimento

E depois não consegui falar mais nada, estava cansado.  Olhei para as três agradeci com um gestou e fui deitar-me novamente.   A Úrsula veio atrás de mim e disse:
- Ashe, perdoe as meninas.  Elas não tiveram culpa.
Eu respondi:
- Já havia perdoado a ambas desde o momento em que cortei o meu pescoço e dei o meu sangue para elas beberem.  A decisão foi minha.  Não conseguiria viver sem elas.  E sem você.
- Diga isso para elas.  Elas pretendem ir embora de Big Sur.
- Elas não vão - eu disse. - Pode ficar tranquila.
Levantei-me novamente, coloquei um jeans e fui falar com as duas irmãs.
Sentei-me ao lado delas na escada da cabana.  Elas não conseguiam olhar para mim.  Eu disse:
- Há muito tempo, um homem criou um obra muito bonita.  E muito triste.  Ela falava de uma criatura que vivia presa dentro de uma gaiola.  A frase que mais marca o meu coração é essa: "...quando as crianças perguntavam: 'o que desejas, Sibila?'; ela respondia: 'Desejo morrer'.".  Dominiquea, meu amor, Alexia, meu amor.  Vocês não podem partir, pois amo vocês duas e sem vocês não posso viver.  Sem vocês duas eu enlouqueceria.  O único desejo que eu possuiria era aquele mesmo que dominava a alma da Sibila: o de morrer.
- Ashe - era Alexia quem falava - eu queria ir embora, mas não posso, não consigo.  Eu também não conseguiria viver longe de você meu amor.
- Como a tua Lioness poderia viver longe de ti?  Eu definharia até a minha extinção - disse a Dominiquea com os olhos marejados.
Nós rês nos abraçamos e nos beijamos.
Na porta da cabana a Úrsula via tudo isso emocionada.  

Slate's Hot Springs IV

Quando acordei, estava deitado no meu quarto.  Estava nu.
Passei a mão no pescoço e não encontrei ferida alguma, nem cicatriz.  Era sinal que eu havia sido tratado com bastante sangue.
Levantei-me da cama meio cambaleante, orientado pelo som da voz da Úrsula, fui até a varanda e encontrei as três conversando, sentadas na escada.
Encostei-me no batente da porta e disparei uma série de perguntas:
- Como eu me recuperei?   Que dia é hoje?  Vocês estão bem?   Onde está a Grace?
As duas irmãs nada disseram.  Quem falou foi a Úrsula:
- Foi uma coisa estúpida o que você fez!   Poderia ter morrido.  Depois de andar algum tempo com a Grace ela entrou em desespero e apontava em direção da cabana.  Eu não entendia nada e então foi que ela falou comigo!   Você sabia que ela era telepata, não é seu cachorrão?!  Ela disse o que estava acontecendo.   Eu voltei correndo o mais depressa que pude para cá.  Você estava desacordado e a Alexia e a Dominiquea estavam sentadas na cama, atônitas.  Eu o arrastei para fora do quarto delas e levei-o para o nosso e deitei-o em nossa cama.
- Como eu me recuperei? - Perguntei novamente.
- Eu fiquei desesperada!  Tranquei-me no quarto com elas, expliquei a situação e elas, apesar de não estarem recuperadas plenamente, saíram para caçar alimento para te regenerar.
- Úrsula, você quer dizer que caçaram uma ... pessoa?
- Mesmo enfraquecidas elas me ajudaram.  Lembre-se: somos uma família!   Saímos com a caminhonete, rodamos alguns quilômetros e vimos alguns rapazes.  Eu parei o veículo e perguntei onde nós estávamos.   Eles olharam para nós três,  garotas sozinhas, aparantemente perdidas e resolveram tirar proveito da situação.  Pegamos os quatro e você os matou, bebendo o sangue deles.
- Quatro? - Perguntei espantando.
- Quatro - ela confirmou.  
- O que vocês fizeram com os cadáveres? - Perguntei já temendo a resposta.
- Nós colocamos os cadáveres na caçamba da caminhonete e como já era noite, rumamos para um lugar bem distante daqui e jogamos os corpos do alto do penhasco.  A essa hora eles já estão destroçados seja pela rebentação, seja pela voracidade dos peixes da região.  Faz uma semana desde que você fez a estupidez de dar o seu sangue a elas.  E se eu não tivesse voltado a tempo?
- Eu teria morrido - respondi.
      

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Slate's Hot Springs III

Eu achei não saberia mais amar, mas ao ver a Dominiquea e a Alexia  naquele estado, percebi que não podia viver sem elas.
Entrei no quarto onde elas estavam e tentei convencê-las pela última vez que tudo aquilo era uma bobagem, que eu as perdoava... inútil.  Não moveram um músculo, nem piscaram, eram um amontoado de pele e ossos.
Eu então suspirei, sabia que teria que tomar uma atitude radical, pois  não aguentaria viver sem elas. 
Levantei-me da ponta de uma das camas, abri a bainha e retirei o meu Spyderco e expus a sua lâmina..
Escolhi a Alexia que estava muito mal.  Ela olhou o canivete assassino, não esboçou reação alguma, fechou os olhos e esperou o golpe fatal.
Debrucei-me sobre ela e beijei-lhe os lábios sem cor e fiz um corte profundo no meu pescoço e deixei o meu sangue regenerador escorrer abundante para os seus lábios.  
E disse  com firmeza:
- Sinta Alexia o gosto da vida, beba da minha vida e ela será sua!
Quando o meu sangue quente, doce, forte, penetrou na sua boca, ela abriu os lábios expôs as presas e eu me deixei morder com prazer.
Depois de alguns minutos, afastei a sua cabeça e fui até a Dominiquea e repeti a operação.   Fiz isso várias vezes e esse revezamento começou a me deixar enfraquecido, mas eu só parei quando percebi que aquela cor rosada tinha voltada para o rosto das duas irmãs.
Mas estava fraco, fraco demais.  Desmaiei.

Slate's Hot Springs

Depois de sete dias após o acontecimento, eu estava muito enfraquecido, mas já havia quase me recuperado dos ferimentos.  Isso significava que eu havia tomado um generosa dose de sangue de alguém, mas de quem? 
Eu só via a Úrsula e não via as duas irmãs.  
A Úrsula disse que elas se recusavam a sair do outro quarto, não estavam se alimentando nem bebendo água.
Quando eu consegui me levantar, fui até ao quarto delas e as encontrei prostradas nas suas camas.   Estavam extremamente magras e desidratadas e pálidas e eu não consegui fazer com que elas parassem com aquilo.
Procurei a Úrsula e perguntei qual era a opinião dela e ela foi direta:
- Ashe elas decidiram morrer e disseram-me que se isso de fato acontecesse a culpa não seria sua.  Elas estão envergonhadas com que fizeram nas termas.
Recorri à Grace:
- O que eu faço?
Ela "disse":
Se não fizeres nada elas vão morrer.  Elas sentem-se culpadas pelo o que aconteceu.  Mas eu havia te avisado.   Elas são inexperientes e não sabem conter os impulsos.   O desejo de sangue uma vez iniciado exige um grande autocontrole para ser detido e elas não conseguem deter esses impulsos.
Peças para a Úrsula sair comigo para um passeio na floresta e fique sozinho com elas e deixe o teu instinto fluir.  Eu sei que tens muito amor por ambas.  Faças o que tem que ser feito.
E foi o que fiz.
A Úrsula chamou a Grace e falou:
- Grace, minha lindinha, vamos passear por aí?
- Weep!
- Nossa Grace, você só consegue falar isso, weep? - a Úrsula reclamou.
- Weep!
E as duas foram passear pela floresta.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Slate's Hot Springs

Nessas noites, quando até os insetos se recolheram, nós quatro já havíamos tomando muito vinho e feito muitas brincadeiras. A Úrsula teve a ideia:
- Vamos para as termas tomar banho?
As termas de Slate's Hot Springs são muito importantes para a fama e glória de Big Sur. O Esalen Institute é o proprietário delas e elas ficam a 50 km da nossa cabana e eles abrem as termas para o público num horário bem restrito: da 01h00min até as 03h00min. Duranto o restante ele está servindo só aqueles que estão lá hospedados.
Disse para as trê meninas pegarem os seus biquínis. enquanto isso eu fui arranjar uma cesta com queijos e mais vinho. Cada um pagou vinte dólares para entrar. Em cada sala é permitido apenas quatro pessoas adultas, nenhuma criança.
Alexia, minha melhor sniper disse:
- Sabia que nós podemos ficarmos nus? Nós nunca ficamos nus. Nunca nós quatro, ficamos assim, juntos. Podemos, Ashe?
- Alexia, você quer isso mesmo - respondi.
- É tudo o que eu desejo!

Fiz um sinal com a cabeça para a Úrsula e ela saiu da banheira e foi pegar uns drinks.
Quando ela voltou eu estava beijando a Alexia.
A Úrsula disse:
- É melhor ver se não tem algum bangalô que possamos alugar, pelo menos por esta noite.
E saiu novamente da piscina dando risadinhas maliciosas.
Foi justamente aí que a coisa desandou: a Dominiquea avançou, excitada, mordeu o meu pescoço e isso excitou a Alexia também.
E quando a Dominiquea morde, ela morde para valer!
Eu me assustei com a sua atitude. Tentei afastá-la com delicadeza, mas ela mordeu com mais força e eu a empurrei, o sangue escorria pelo meu peito.
A alexia ficou excitada quando viu todo aquele sangue e partiur para cima de mim com tanta voracidade que eu não conseguia livrar-me dela. A outra não me dava descanso e eu estava morrendo aos poucos. O sangue escorria com abundância.
Foi quando a Úrsula voltou e viu horrorizada o que estava acontecendo. Ela largou os papéis que segurava nas mão e pulou na piscina e foi parar entre nós três. Afastou Dominiquea e eu consegui afastar-me da Alexia e saí da piscina.
As duas irmãs saíram do transe, se acalmaram e olharam o que elas tinham feito: a minha garganta estava toda mordida.
Acho queelas entenderam naquele momento o que elas quase fizeram: matar o homem delas.

sábado, 9 de abril de 2011

Near Dark

Angels

E na entrada do inferno

Ele se deparou com o guardião

E o protetor do reino inferior disse:

"Não deixarei você passar

foste abandonado,

volte e busque a tua recompensa

não apenas para a sua própria angústia,

mas para vingar

aqueles que foram injustiçados."

E o guardião colocou em suas mãos

a espada de Salomão,

forjada com enxofre e temperada

com as lágrimas dos injustiçados.

E foi assim,

naquela noite que não tinha fim,

que a sua vingança começou.

Quando o café da manhã já estava sendo servido eu desci e deixei a Dominiquea dormindo. Sentei-me à mesa com uma porção generosa de omelete com bacon no prato e uma xícara de de café sem açúcar. Quando eu ia dar a primeira garfada, um jovem sentou-se na outra cadeira da mesa.

Ele estava com uma jaqueta de couro, jeans, camiseta e botas. Os seus cabelos era negros e curtos e os seus olhos eram terrivelmente azuis.

Ele olhou para mim e disse:

- Você matou um anjo.

- É aí que você se engana, dois anjos e que tentaram me matar, mas você pode ver que eles fracassaram - respondi.

- Eu lamento muito por tudo aquilo e me consumo numa culpa que não tem fim - o rapaz respondeu.

- Ora, o que você tem a ver com tudo isso?

- Você matou um anjo - ele voltou a afirmar - você matou um anjo e eu não sei o que eu vou fazer com você.

- Se você veio para tentar me matar, que seja agora, eu sei me defender. Só não toque na Dominiquea - respondi.

- Ah, Ashe, por que você não me matou quando teve a chance?

- Por que eu te amava.

- Sabe então quem eu sou?

- Por que você voltou? Para isso? Para me matar?

- Como você sabe quem eu sou?

- Os olhos azuis.

- Nós precisamos da sua ajuda.

- Vocês precisam da minha ajudam e mandam um punhado de anjos matar a Dominiquea. Vocês são mesmo muito esquisitos.

- Eles vieram sem a autorização de Metraton. Eles queriam fazer você pensar que eram demônios e trazê-lo para o nosso lado. Mas deu tudo errado, você apareceu antes do tenpo e matou um deles. Quando você o arremessou pela janela do apartamento ele caiu sobre a própria espada e morreu.

Dei risada.

- Nós precisamos da sua ajuda.

- Dê um motivo para que eu confie em você e no seu chefe, Metraton - respondi. - Afinal você tentou me matar atendendo as ordens dele, não é? A resposta é não.

- Você é um tolo.

- Volte para a sua nuvem e o seu mundo perfeito e nem pense em se aproximar da Dominiquea, ou eu caçarei vocês em cada buraco onde estejam escondidos. Nem que eu tenha que fazer um pacto com o Old Nick.

O rapaz levantou-se, olhou para mim pela última vez. Uma lágrima escorreu-lhe pela face. Não disse mais nada, apenas foi embora.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Near Dark

Demons
"E um dos anjos, tendo saído de sua hierarquia
e se desviado para uma hierarquia abaixo da sua,
concebeu um pensamento impossível:
colocar o seu trono acima das nuvens que se encontravam sobre a terra,
para que o seu poder se igualasse ao meu.
Precipitei-o do alto com os seus anjos,
e ele pôs-se a voar por cima do abismo, continuamente."
Livro dos Segredos de Enoch, XXIX: 3-4
Quando eu acordei, estava na cama e a Dominiquea estava sentada na poltrona ao lado.
- O que aconteceu? perguntei.
- Você foi ferido pelos demônios.
- Há quanto tempo eu estou aqui?
- Dois dias - ela respondeu.
- Como eu me regenerei?
- Eu não sei te dizer! Eu não entendo disso! - ela disse.
- Por que você está usando esse lenço no pescoço? Não combina com você.
- Faz parte da moda, Ashe, você não ia entender.
Eu passei a minha mão no meu pescoço para confirmar a minha suspeita. Eu tinha sido mordido. Isso significava que eu havia mordido a Dominiquea antes.
- Eu te mordi, não foi? - perguntei.
- Eu quis isso, Ashe. É o livre-arbítrio - ela respondeu.
- E te transformei?
- Sim. E eu acho isso ótimo! Seremos Os Pacificadores.
- Você está bem, menina?
- Fraca. O seu "apetite" é enorme.
- - Venha aqui, continue tomando de mim e você se fortalecerá novamente.
E ela cravou os dentes na minha garganta.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Ashe & Alexia

Alexia - a chama que nunca se apaga
"Vem viver comigo, sê o meu amor
E alguns novos prazeres desfrutaremos
Nas areias douradas,
entre as águas dos regatos de cristal.
Elas correrão sussurando, aquecidas
mais pelos seus olhos do que pelo sol."
John Donne
(Trad. Paulo Mello)
Fui tomar um banho.
Perdido novamente em meus pensamentos, assustei-me quando a porta do banheiro foi aberta.
Pensei no Colt que estava em cima da pia.
Abri o boxe e a vi. Alexia. Uma toalha cobria a sua nudez.
E eu fiquei ali, sem graça.
- Você está assim porque estava pensando na esposinha, na minha irmã ou em mim? - ela disse sorrindo maliciosamente.
Eu ia começar a falar, mas ela me interrompeu:
- Não fale nada. Faça apenas. Faça amor comigo. Será bom para ambos, eu te prometo.
Ela deixou a toalha cair no chão, e vi como ela era linda. O inevitável: aproximou-se de mim e encostou-se no meu corpo. Eu estava teso. Ela virou-se de costas e eu acariciei os seios generosos, os mamilos estavam duríssimos. Passei as maõs pelo seu corpo e senti a sua cintura bem definida e as suas poderosas ancas.
Depois ela saiu do chuveiro e foi para o quarto.
Quando eu terminei de me limpar, fui procurá-la e tive uma das cenas mais lindas da minha vida: ela estava sentada na beirada da cama, a toalha amarrada na cintura, os seios tão belos, escondidos pelas suas mãos. O cabelo negro, comprido, compunha um quadro indescritível.
Fizemos amor de novo.
Passamos a dividir a mesma cama a partir daquela noite,

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Scene

Segunda-feira.
É preciso dizer mais?
Estou no Rio de Janeiro, num calor infernal e nada satisfeito com o rumo que as coisas estavam tomando na casa em que eu vivia.
Na verdade, eu estou muito irritado. Não sei o que faço com a Alexia e a Dominiquea. Uma está apaixonada por mim e a outra me odeia. O que eu fiz para Dominiquea chamar-me de aberração?
Andei por toda a madrugada e vi o quanto esta cidade está podre.
Olhei o relógio. Oito horas da manhã. Muita gente indo para o trabalho. Gente normal, com empregos normais.
Entrei num café. Local bonito, limpo, bem legal. Pedi um capuccino.
Eu mastigava os meus pensamentos quando escutei um sujeito gritando:
- Tirem ass carteirass, os relógioss e todass ass jóiass!
Sou um para-raios de problemas, pensei.
- Somoss do comando, sacou?
A pronúncia do povo desse lugar me irrita. Assantantes me irritam. Ainda assim fiquei quieto. Eu tentava escapar do meu destino, mas ele não me esquecia. Sem chance.
Eu me levantei e um dos assaltantes gritou para mim:
- Tu é doss "home"?
Nada respondi. Apenas avaliei a situação: três malacos. O erro deles foi tentar assaltar a maldita padaria justamente quando eu estava nela.
Eles portavam Taurus semi-automáticas, 9 mm Para. Bobagem. Armas inúteis.
- Palhaço! Ele esstá falando com você! Um outro malaco falou.
Eram quatro, então, pensei.
O que estava à minha esquerda engatilhou a arma.
- Parem com isso - eu disse. - Não vale a pena.
- Ah, temoss aqui um padre ou um mané? Vou te dar unss "pipocoss" para você aprender.
- É padre! - disse um deles.
- Mass antes eu quero que você veja o que fazemoss com o teu rebanho - disse um quarto assaltante.
Depois que ele disse isso, agarrou uma das clientes e começou a bolinar os seios dela.
- Vou "esstrupar ela" e depoiss vamoss te matarr bem devagarrr - ele disse.
Gargalhavam, pois acreditavam na ineficácia da lei. Na ausência do estado.
Eu, que não representava nem uma coisa nem outra, saquei a minha Automag V, .50 e disparei na cabeça do malaco que tinha engatilhado a arma.
Sem esperar reação disparei nos outros. Imobilizei um deles, outro eu matei. Ficou apenas aquele que tinha a mulher como refém.
Caminhei em direção a ele. ele disparou duas vezes no meu peito. O sangue escorria pela minha camisa.
- Que é isso? Você não morre?
Olhei para ele e pude ver através dos seus olhos as maldades que ele já havia praticado contra os seus semelhantes.
Uma onda de maldade muito maior tomou forma em meu coração. Eu Levantei a Automag e disparei no seu joelho.
O calibre 50 é bom por causa do seu poder de parada. Pelo menos em serem humanos.
A arma dele caiu no chão, distante das suas mãos.
Com o joelho destroçado, ele olhava para mim incrédulo. A mulher que ele havia mantido como refém afastou-se, abalada.
Disparei no outro joelho. Precaução.
O malaco que eu havia imobilizado com um tiro, disparou em mim também.
Disparei na mão dele e os seus dedos caíram no chão.
Eu tinha mais duas balas no pente, mas ocorreu-me uma ideia.
- Alguém pode me dar uma faca? - pedi.
O local era um silêncio total.
Até que a mulher que havia sido agarrada pegou uma faca da mesa e me trouxe.
Peguei a faca e abri as calças dos dois sobreviventes.
Eu disse:
- Se alguém quiser me deter, que o faça agora.
Depois de feito o trabalho eu falei:
- Se alguém quiser chamar a emergência, chame. Ou eles morrerão de hemorragia.
Um senhor abriu o celular, mas a mulher que estava ao lado dele deu-lhe um safanão e o celular caiu no chão.
Eu fui embora sem pagar a conta.
Quando eu cheguei em casa, a Dominiquea foi me receber.
- Ashe! Por onde você andava? Por que você está sangrando.
- A sua aberração estava passeando - respondi. - As aberrações costumam sangrar quando saem a passeio.
- Foi você que matou os carinhas na padaria? - ela perguntou.
- Já saiu na televisão?
- É verdade que você fez?
- É.
- Você cortou as bolas deles e mandou-os comerem?
- É.
- Fez cada um comer as bolas do outro?
- Fiz.
- Sabia que eles morreram de hemorragia e ninguém chamou a emergência?
- Não me importo.
- Começo a gostar de você.
- É. Eu sei - respondi.

Scene

Eu caminhava de mãos dadas com ela. A areia macia acariciava os nossos pés descalços, lavados pelo mar no ritmo das ondas. Havia poucas pessoas na praia, o que tornava o nosso passeio mais romântico. Nada de barulho, confusão, apenas paz. Fazia muito tempo que eu não vivia um momento como esse.
Subitamente ela parou e segurou a minha mão, eu olhei para ela e entendi.
Quando chegamos à cabana, ela começou a tirar as suas roupas e a me despir também. Beijava-me a boca num frenesi. Com a força sobrenatural dela, tentava me subjugar e eu me deixei ser subjugado.
Eu disse para ela:
- Vamos para o quarto.
- Não quero você aqui - ela respondeu.
Iniciado o jogo erótico das preliminares, já com os nosso corpos entrelaçados, ela pediu:
- Recite algum poema erótico, daqueles que eu gosto para que o meu êxtase seja completo.
Enquanto eu acariciava os seus pequenos e delicados seios, de mamilos intumescidos, recitei um trecho de Ovídio que ela gostava tanto:
"Se a mulher é pequena,
que se faça de cavaleiro.
Por ser muito alta,
nunca a esposa de Heitor
fez-se de cavaleiro sobre o seu homem.
Se quiseres achar um homem que admire
a plenitude das tuas ancas
no leito ajoelhada
jogue a cabeça para trás.
Caso as tuas coxas tenham as formas roliças
e o frescor da juventude,
e os teus seios sejam perfeitos,
que fique o homem aprumado.
Inclina-te em relação ao corpo dele.
Não tenhas pudor de soltar os cabelos como as bacantes
e agite os teus seios, por eles adornado.
Para desfrutar o prazer proporcionado por Vênus
muitas maneiras existem.
De todas elas, a mais confortável e menos complexa
é aquela em que ficas semi-deitada sobre o teu lado direito."
Quando eu já estava dentro dela, sentia que o seu corpo vibrava, extremamente excitado.
Os seus cabelos negros, muito curtos roçavam a minha pele.
Ovídio - A arte de amar.
Trad. Paulo Mello